O carro mais vendido do Brasil nos últimos 25 anos, o Volkswagen Gol, acaba de passar por sua sexta revitalização visual e de conteúdo em seus 32 anos de história. Apesar disso, como fez com as linhas passadas do carro, a VW não chama este modelo de G6, mas sim um “G5 atualizado”. “O que fizemos com o Gol não foi uma revolução, como foi da linha G4 para G5, mas sim uma evolução”, explicou Henrique Sampaio, gerente de marketing da montadora para o mercado brasileiro. Na dúvida, então o chame apenas de “novo Gol”.
Esse Gol é também o mais alemão de todos. O novo visual do carro foi elaborado por designers brasileiros nos estúdios de desenho da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha. “Os alemães cultivam a perfeição e têm paixão pelos detalhes quando criam um novo carro. Nesse intercâmbio absorvemos um pouco dessa cultura para a filial brasileira”, contou Luiz Alberto Veiga, diretor de design da VW no Brasil, durante a apresentação do lançamento.
Basicamente o que aconteceu com o Gol e seu irmão sedã, o Voyage, foi a introdução do visual global da marca, que é pautado por linhas mais definidas e harmoniosas. Por isso ele ficou tão parecido com o Fox ou até com o Passat, ambos já devidamente enquadrados na filosofia. “O novo Gol tem músculos, mas não é bombado. Ele é saudável”, explicou Veiga, se referindo às formas mais volumosas do capô e aos novos traços, mais ousados e marcantes, das partes laterais e traseira do veículo. No geral, o resultado agrada de imediato, tanto que faz a linha passada parecer um “rascunho” do que ainda estava por vir.
A exemplo do Fox, o Gol ganhou um conjunto óptico mais moderno, com faróis que parecem olhos franzidos e lanternas com uma identidade luminosa – no escuro as luzes formam duas letras “C”. Outra novidade no produto é a opção de roda aro 16”. “Esse é um detalhe que muda as proporções do carro, por isso ele fica tão diferente”, apontou Veiga.
Ainda falando sobre o desenho do veículo, vale o destaque para a parte superior da traseira redesenhada, que, segundo a VW, diminui o turbilhão aerodinâmico da seção a ponto de reduzir o incômodo acúmulo de sujeira na tampa do porta-malas. Interessante, não?
Sofisticação até para o Gol
As renovações mais recentes da Volkswagen vêm chamando atenção por trazer mais sofisticação e requinte aos produtos. Foi assim com o Fox e o Polo, e agora o Gol seguiu a mesma trilha. Os materiais de acabamento interno melhoraram, assim como o desenho do painel mais caprichado, embora ainda seja um mundo de puro plástico. “Pensamos muito na reformulação da cabine, pois até o cheiro tem que ser bom. Criamos também superfícies em ‘ice touch’, que deixam a impressão de geladinho ao toque”, explicou Veiga.
Outro ponto importante no novo Gol é a lista de equipamentos ampliada. O carro agora traz de série, desde a primeira versão, itens como vidros elétricos na frente, limpador do para-brisa com temporizador, desembaçador do vidro traseiro, conta-giros e até palhetas aerowischer, como as usadas em carros de luxo e conhecidas por limpar o vidro com muito mais eficiência.
Por outro lado, recursos que deveriam ser triviais, como direção hidráulica e freios ABS, ainda são vendidos como opcionais. O mesmo vale ainda para o ar-condicionado, airbags frontais e o volante multifuncional. No modulo I-System há ainda o sistema Eco Comfort, que dá dicas ao motorista sobre como economizar combustível e o melhor momento de trocar a marcha.
Não há milagre para um carro 1.0
Quem gosta de dirigir, certamente aprecia um Volkswagen. Os carros da marca alemã sempre foram conhecidos pela dirigibilidade mais apurada, com boas respostas de direção e ótimos acertos de câmbio manual, sempre “justinhos”. No Gol 2013 toda essa sensação foi melhorada. Mesmo com motor 1.0 o modelo é agradável de conduzir, embora a resposta dos 76 cv e 10,6 kgfm de torque ainda não seja ideal, principalmente para encarar subidas e ultrapassagens na estrada, que fazem o motor urrar. É carro que depende muito do embalo.
Em contrapartida ao desempenho apenas regular, as versões 1.0 do Gol e do Voyage podem receber o kit BlueMotion Technology, que melhora em até 8% o consumo de combustível na comparação com a linha anterior. O pacote inclui “pneus verdes”, de menor resistência à rolagem, alterações no motor para redução do consumo, além do já citado Eco Comfort.
Sobrevida até quando?
A evolução do Gol G5 agrada nos pontos visuais e parcialmente na lista de equipamentos, que ainda peca ao não possuir itens que deveriam ser obrigatórios em qualquer automóvel, como direção hidráulica (melhor ainda se fosse elétrica) e freios ABS por uma questão segurança. Há também a limitação do desempenho do modelo 1.0, apesar do esforço ecológico. A VW também não maneirou nos preços: o modelo de entrada começa em salgados R$ 27.990.
E o modelo não terá vida fácil. Quando chegou ao mercado, em 2008, o Gol G5 competia contra 11 carros. Hoje são 22 e a lista ainda vai aumentar até o final do ano com o Hyundai HB e o Toyota Etios, que miram em cheio o carro popular da VW. Mesmo assim, a montadora espera manter estável a projeção de vendas do modelo, que é de 16.000 unidades por mês (somente do Gol G5; o G4 soma mais 6.000 unidades). Agora é esperar pela revolução do G6.
Fonte: iGCarros
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