A Volkswagen demorou uma vida para fazer uma camionete (a Saveiro não vale, é “picapinha”). Foram exatos 73 anos desde sua fundação, em 1937, até 2010, quando enfim foi lançada a Amarok. Mas valeu a pena a longa espera.
Na categoria em que briga, a das picapes médias, a Amarok é seguramente a melhor no que diz respeito ao conforto e tecnologia. É o único produto de seu segmento com um motor a diesel moderno de verdade – o 2.0 TDI biturbo – e um design harmonioso de uma ponta a outra do veículo, algo difícil de se conseguir em uma “picapona”.
Não só isso, a Volks agora complementa a gama do veículo com uma versão equipada com câmbio automático e, novamente, sai na frente, apesar da demora. Esse modelo traz a transmissão 8HP da fabricante ZF, com oito velocidades e comando sequencial – a concorrência ainda não passou da sexta marcha, sendo que algumas nem comando manual têm.
E essa não é a única virtude da nova variante do produto. A tração 4x4 (4Motion), que antes deveria ser acionada, agora é permanente. Outra evolução foi o aumento da potência do motor 2.0 de 163 cv para 180 cv e o torque passou de 40,8 kgfm para 42,8 kgfm, 100% disponível já em 1.750 rpm. “Basta você encostar no acelerador que o ‘bicho’ já dá um pulo”, explicou em tom de brincadeira Carlos Leite, gerente de veículos comerciais leves da VW no Brasil, durante a apresentação da Amarok Automática.
A lista de novos recursos incorporados a picape ainda continua. Ela vem com freios ABS off-road, que ao ser ligado realiza a frenagem de uma maneira diferente, de modo a criar uma espécie de “calço” de terra na frente dos pneus. Segundo a marca, essa tecnologia torna as frenagens mais eficientes e seguras em pisos escorregadios. Outra solução é o sistema HDC, de controle automático em descidas.
Passat com caçamba
De tanto fazerem carros, os engenheiros da Volkswagen criaram uma picape que por dentro se parece muito com um automóvel, o que é ótimo para as costas. A Amarok não balança como um caminhão, como é o caso de suas rivais, e a posição de condução é como a de um veículo de passeio dos bons, só que bem mais alta.
Dirigir essa picape, ainda mais com câmbio automático, é algo até surreal para o segmento. Ela roda suave e em silêncio, mesmo com o motor diesel girando alto. As trocas de marcha são tão sutis que chega ao ponto de se parecer com uma transmissão de dupla embreagem, como o DSG do sedã Passat. Nas curvas ela também transmite confiança, pois os pneus agarram firme no asfalto e a carroceria inclina pouco, sem falar da ajuda do controle eletrônico de estabilidade (ESP), outro item que poucas picapes possuem, especialmente no Brasil - só a nova S-10 possui o equipamento, e somente na versão top.
Todo esse conforto é mérito da grande quantidade de marchas, dando mais opções para o funcionamento do motor, além de ajudar na economia de combustível. Nesse ponto a oitava marcha é essencial. Ela é o que se costuma chamar de overdrive, uma marcha bastante desmultiplicada puramente para o conforto e eficiência. Rodando a 120 km/h, por exemplo, o conta-giros não passa de 2.000 rpm.
No off-road a Amarok Automática também se comporta de maneira louvável. A primeira marcha, muito curta, faz as vezes da caixa de redução, que é a engrenagem responsável por fazer o veículo escalar paredes e sair de buracos de lama.
Fechando a conta, a Amarok AT ainda vem com ar-condicionado digital com duas zonas de climatização (é mole?), GPS integrado ao painel, controle eletrônico de velocidade de cruzeiro (Cruise control) e um bom sistema de áudio. Fica devendo apenas uma entrada USB.
Outra coisa que falta nessa nova versão da Amarok é um preço não tão absurdo. O modelo vai da loja para sua garagem mediante o pagamento de salgadíssimos R$ 135.990, um valor um tanto exagerado para um veículo importado da Argentina, aqui do lado. Mas que se trata de uma ótima picape isso ninguém pode negar.
Fonte: iGCarros
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